quinta-feira, 19 de maio de 2016

CAFAL: DESPEDIDA DAS IRMÃS



Na sexta-feira, dia 13 de Maio 2016, à tarde, na varanda da casa da Missão Católica São Carlos Lwanga de Cafal, Sul da Guiné Bissau e da Diocese de Bafatá, não havia mais lugares para as pessoas que vieram despedir-se das irmãs das Missionarias da Imaculada que, por motivo de falta de pessoal chegaram à decisão de deixar a Missão. Nesse dia, houve um encontro com a presença Dom Pedro Zilli, os Padres de Cacine Daniel Mane Aliou e Carlos Andolfi – dos Missionários Oblatos de Maria Imaculada -, Irmã Alessandra Bonfanti, Superiora Delegada das Missionárias da Imaculada, Irmã Maria Matiazzo do Conselho, as Irmãs de Cafal Maria Raudino, Deepthi Kunath, Fabiana Garcia em substituição à Vinnarasi Selam e 60 pessoas, entre jovens e adultos daquela localidade.


A Irmã Maria Raudino, Responsável pela comunidade, abriu o encontro fazendo um historial da presença das irmãs em Cafal desde o dia 10 de dezembro de 2009 até hoje: falou da Vigilância nutricional das crianças em 09 tabancas; Catequese em 03 tabancas mais 02 grupos em Cafal; Disse que conseguiram formar um grupo de líderes muito empenhado na sensibilização contra o vírus Ébola: “uma atividade feita de casa em casa”, salientou Irmã Maria. Sublinhou que, sendo a missão principal das Irmãs “contar a Palavra de Deus, muito esforço foi feito neste sentido”. Realça, igualmente, todo o trabalho feito na Escola.
Todos os presentes estavam contentes pela visita do Bispo, mas tristes pela despedida das irmãs. Todos agradeceram as irmãs pela presença e pelos trabalhos realizados. Um “Homen grande” lembrou que ele estava presente quando começou a caminhada em Cafal com Dom Settimio Arturo Ferrazzetta, através dos leigos voluntários da Diocese de Verona. Sua preocupação é que com a saída das irmãs, Cafal ficará no isolamento. A partir disso, um dos participantes pediu a Dom Pedro  de não deixar a casa vazia, de enviar um padre para não ficarem isolados espiritualmente. Reconheceram que com o trabalho feito pelas irmãs houve uma mudança de mentalidade, graças à Palavra de Deus e toda a atividade social.


A Irmã Alessandra Bonfanti, tomou a palavra para agradecer a comunidade pela acolhida e cuidado das irmãs. Disse que sair de Cafal foi uma decisão sofrida, mas que não era mais possível continuar devido a falta de irmãs. Assegurou que o relacionamento iniciado não vai acabar e nem a amizade e, dentro do possível, e nas modalidades a serem exploradas, as irmãs poderiam continuar a ajudar a missão de Cafal. Salienta que num momento mais oportuno, as Irmãs poderiam retornar ao Sul.


Pe.Daniel, Pe.Carlos, Dom Pedro, Ir.Maria, Ir.Deepthi e Ir.Fabiana
Dom Pedro lembrou as duas despedidas feitas no ano 2002 dos leigos de Verona e em 2016 das irmãs. No 2002 disse que entregou a  chave da casa para os Padres de Catió e em 2016 para os padres de Cacine. Cacine é mais próximo o que possibilita maior presença dos sacerdotes em Cafal. Sublinha que de 2002 a 2016, a comunidade fez avanços com a experiencia deixada por Verona, com a experiencia de viver sem missionários residentes e a experiencia da convivencia com as Missionárias da Imaculada. Disse que tambem sente tristeza pela saida das irmãs, mas que “tudo o que foi feito por elas está escrito no coração de Deus, do povo de Cafal e no seu coração”. Lembrou algumas obras que as irmãs, com o apoio de benfeitores, fizeram nestes anos: 2 djemberen, vedação da casa e da escola, cozinha na casa, caixa da água, melhoria da escola e construção de um pavilhão. Por fim, manifestou sua satisfação pela certeza de que os Padres de Cacine darão assistência semanal à comunidade de Cafal, como já tem feito desde novembro de 2014 e agradeceu as irmãs pelo testemunho missionário em Cafal e em outras missões da Guiné-Bissau.
P. Daniel, superior dos Oblatos em Cacine,  reconheceu o trabalho feito pelas irmãs e que eles procurarão dar continuidade,  “mas que nunca  poderão substituir as irmãs”.
Pe. Carlos disse que o melhor presente que a comunidade poderá dar às irmãs é mostrar, no tempo, que Cafal continua na caminhada levada à frente por elas e que continue com responsabilidade a cuidar dos ambientes da Missão.
O encontro terminou pelas 19hs, com orações dos Muçulmanos, Evangélicos e Católicos em ação de graças a Deus por todo o bem que Ele realizou em Cafal através da Missionárias da Imaculada.
As Missionárias da Imaculada deixaram oficialmente Cafal no domingo, dia 15 de maio 2016, Solenidade de Pentecostes.  

Em uma celebração na capela em 2014



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