sábado, 2 de maio de 2020

IGREJAS DO BRASIL E DA GUINÉ-BISSAU: COM PE. JOÃO PROSSEGUIMENTO DO PROJETO DE COOPERAÇÃO MISSIONÁRIA

Pe. João e seus alunos

Para lecionar Teologia Pastoral no Seminário Interdiocesano Dom Settimio Arturo Ferrazzetta, em Bissau, a Igreja da Guiné-Bissau, acolheu, de 3 janeiro a 13 fevereiro, Pe. João Batista Toledo da Silveira, da Arquidiocese de Niterói, Rio de Janeiro.

Já na segunda-feira, dia 5 de janeiro, ele iniciou as aulas, com uma turma de 26 alunos do curso de teologia, na sua maioria, seminaristas diocesanos, das Dioceses de Bissau e de Bafatá, religiosos franciscanos OFM, duas religiosas franciscanas e uma leiga consagrada. “Uma turma muito dedicada e participativa”, escreveu Pe. João no dia 03 de fevereiro, ao “Niterói Católico” da Arquidiocese de Niterói. Pe. João Batista disse estar “muito feliz em participar da missão na Guiné-Bissau, a convite do Pe. Daniel Rocchetti, da comissão missionária da CNBB… Vim com a missão de lecionar teologia pastoral, no seminário interdiocesano de Bissau, além de visitar os missionários (as) brasileiros (as), que atuam naquele país e conhecer as diversas realidades missionárias das duas dioceses da Guiné-Bissau”.

Missa no Seminario Dom Settimio
Pe. João realça que “o projeto missionário está me proporcionando a oportunidade de conhecer diversas realidades missionárias, pois as aulas são durante a semana, pela manhã, e nos tempos de folga, aproveito para fazer visitas, conhecendo assim, um pouco da vida eclesial de Bissau. Tive contacto com mais de trinta missionários(as), e ainda ficaram alguns sem conhecer”. Fui muito bem recebido pelo Bispo de Bafatá, D. Pedro Zilli (paulista), missionário em Guiné Bissau há mais de 30 anos, há dezenove como Bispo. Conheci a missionária leiga Adriana (Maringá), que há vários anos trabalha como secretária pastoral em Bafatá. Tive oportunidade também, de visitar a comunidade de vida Nova Aliança (Goiás), que atua em Gabu, assim como os missionários do Projeto do Regional Sul 2 da CNBB (Paraná), que estão presentes em Quebo…Fui visitar e celebrar na Comunidade de Vida Nova Berith (da Paraíba), Kairós (de Pernambuco). Nos fins-de-semana, acompanhava os padres diocesanos de Bissau, que atendem às comunidades do interior, chamadas de tabancas. Saíamos sempre de Bissau na sexta à tarde, e voltávamos no domingo à noite. Visitei as paróquias de Ingoré, fronteira com o Senegal, onde participei de um encontro com cerca de 175 jovens. Visitei também a paróquia de Caió, na qual predomina a religião tradicional africana. Estive conhecendo a realidade da Ilha de Bubaque, onde encontrei a Irmã Ana Paula (Rio Grande do Sul) e a Ir. Maria de Lurdes (Santa Catarina), missionárias da Consolata. Participei também de alguns momentos do encontro dos bispos de língua portuguesa, que se realizou em Bissau, sob o lema “o Diálogo Inter-Religioso na Construção da Paz e do Desenvolvimento nos Países Lusófonos”. Tive oportunidade de acompanhá-los, em visita à Universidade Católica e a uma mesquita, a convite dos Muçulmanos.

Missa no Seminário Dom Settimio
No referido artigo do dia 03 de fevereiro, Pe. Afirmou “sem dúvida, uma experiência marcante em minha vida missionária, voltar ao continente africano, depois de 16 anos, quando estive na missão, em Moçambique, por seis meses. Conviver, mesmo que seja por pouco tempo, com este povo querido e alegre, não obstante as dificuldades que enfrentam, dão uma lição de vida! Fiquei impressionado, positivamente, com o trabalho social desenvolvido pelos missionários (as) e as diversas instituições internacionais humanitárias. Em todas as realidades missionárias que visitei, constatei pelo menos uma obra social, escolas, centros nutricionais, hospitais, e outros. Pude ver, de perto, o empenho missionário realizado por missionários (as) de diversos países, aqui em Guiné Bissau. O continente africano é uma Igreja viva e já está produzindo muitos frutos de vocações sacerdotais, religiosas, missionárias e leigas. Basta conferir as últimas estatísticas da Igreja no mundo. O continente africano está superando todos os demais continentes em número de vocações e de fiéis. Estão também, aprendendo a partilhar missionários pelo mundo inteiro”.
Por fim, Pe. João salienta: “agradeço a Deus, por esta oportunidade de servir como missionário, aqui na Guiné Bissau, à Arquidiocese de Niterói, na pessoa de Dom José Francisco, por ter permitido a minha vinda. Ao Pe. Douglas Fontes, Reitor do Seminário são José (Niterói), pela minha indicação para a missão. À dimensão missionária da CNBB, pela confiança depositada. Não posso deixar de agradecer aos bispos, padres, irmãs, seminaristas e leigos, que me acolheram com tanto carinho aqui na Guiné-Bissau. Cheguei aqui com a missão de ensinar, mas certamente, aprendi muito mais. Acredito, firmemente, que esta missão, aqui na África, foi providencial, pois está servindo de preparação para a nova missão que irei assumir no Brasil, ao voltar, em março de 2020, com a abertura de um novo projeto, Igrejas irmãs, que a Arquidiocese de Niterói irá iniciar, com a diocese de Humaitá AM. Um gesto concreto, em vista do Sínodo da Amazônia, e mais um sinal forte da partilha missionária de Niterói. Louvado seja Deus!”.

Pe. João, Dom Câmnate e Pe. Videlson
Diante da beleza de tudo aquilo que Pe. João partilhou no escrito, mas sobretudo, nos momentos vividos juntos, só nos resta a agradecer Deus e à Igreja do Brasil, pela bênção de tê-lo conosco, na Guiné-Bissau, durante 40 dias.
Desde 2004 quando teve inicio o Projeto de Solidariedade entre a Igreja do Brasil e a da Guiné-Bissau, com o Pe. João, 18 professores vieram dar aulas no Seminário Maior Interdiocesano Settimio Artur Ferrazzetta, 3 dos quais vieram duas vezes. Dos seminaristas, alunos destes 18 professores, 29 foram ordenados sacerdotes. Além da formação académica no Seminário, os professores do Brasil assumem diversos outros serviços: celebrações no seminário e nas paróquias, encontros e cursos de formação para leigos, retiros, etc., conforme a possibilidade de cada um e as solicitações recebidas.

Pe. João, Dom Pedro Zilli, Pe. Videlson
Realce-se que, de 30 de janeiro a 26 de fevereiro, esteve na Guiné-Bissau, pela 3ª vez, o Pe. Videlson Teles de Meneses, da Arquidiocese de Aracaju (Brasil) para dar aulas Seminário Maior Interdiocesano Dom Settimio Arturo Ferrazzetta, em Bissau.

sexta-feira, 1 de maio de 2020

DIOCESE DE BAFATÁ: GABU, DOM PEDRO ZILLI EM VISITA PASTORAL

Em Sonaco

Sob o lema do Ano Pastoral da Diocese de Bafatá, 2019-2020, “no ianda djuntu tras di Jesus”, de 06 a 09 de fevereiro, quinta-feira a domingo, Dom Pedro realizou sua visita pastoral à Paróquia Santa Isabel de Gabu, cujo Pároco é o Pe. Odilon Judicael Leno, Espiritano. 

Pitche
A visita teve seu início, na quinta de manha (06), com a Santa Missa na comunidade Santo António de Sonaco. Na reunião com a pequena comunidade, logo após à celebração, foi sublinhada a importância do dízimo, “como um tirar um pouco daquilo que Deus me deu para oferecer à comunidade”. Ao ouvir os “parabéns” de Dom Pedro “pelo mosaico na capela”, alguém sublinhou que “não é suficiente uma ‘casa bonita’ e que é preciso maior participação dos jovens e das famílias”. 


Pitche

Outra pessoa ressaltou que “não se pode passar a vida, falando do muito trabalho como causa da não participação ativa no caminho da comunidade”. Além da visitPa pastoral, Pe. Odilon e os participantes pediram a presença do bispo em outros momentos da comunidade, pois “a presença do pai traz mais animação”. A Igreja, em Sonaco, conta com 36 crianças no Jardim Infantil, 16 na Primeira Classe e 18 a Segunda, perfazendo um total de 70.
À tarde, depois do almoço na casa das Irmãs Clarissas Franciscanas Missionárias do Santíssimo Sacramento, Dom Pedro encontrou-se com o Conselho Paroquial, em Gabu. Como em outros momentos, Pe. Odilon, iniciou a reunião desejando “bem-vindo” a Dom Pedro e que sua visita “seja um momento forte de animação para a comunidade paroquial”. 

Gabu
No primeiro ponto da reunião, falou-se da vivência do Plano Pastoral, dos Directórios da Iniciação Cristã dos Adultos (2007), das Crianças e Adolescentes (2010) que devem passar por uma revisão (ver Plano Pastoral); no segundo ponto, concordou-se em refazer a cobertura da igreja paroquial com zinco, deixando-a do tamanho que está. Será feito um orçamento; no terceiro ponto, Dom Pedro apresentou ao Conselho e entregou, ao Pe. Odilon, uma cópia do “INSTRUMENTO PARTICULAR DE CESSÃO DE DIREITOS DE TERRENO PARA USO MISSIONÁRIO SEM ÔNUS QUE FAZEM ENTRE SI DIOCESE DE BAFATÁ E COMUNIDADE CATÓLICA NOVA ALIANÇA”. Falou-se que, no futuro, no referido terreno, poderá nascer uma nova paróquia, uma escola profissional…!; o quarto ponto tratou da necessidade de uma nova dinamização da Pastoral da Dizimo que “caiu muito em Gabu”.


Igreja paroquial Santa Isabel
Na sexta-feira, dia 07de fevereiro, de manhã, com Pe. Odilon e o Sr. Marcelino Vaz, Dom Pedro visitou a Mesquita, doentes e almoçou na Comunidade Católica Nova Aliança; à tarde, reunião com a Equipa Missionaria: Pe. Odilon, Clarissas e Nova Aliança. Pe. Odilon, abrindo a reunião com a leitura da 1ª Carta aos Coríntios, 1,10-13.17, sublinhou a importância da unidade na Igreja, da unidade entre os missionários. Citou Paulo, quando diz: “guardai a concórdia uns com os outros, de sorte que não haja divisão entre vós;…”. Foi falado da presença continuada, em Pitche, por parte da Nova Aliança, já lá vão 05 anos. Bruno recordou que este foi um pedido de Dom Pedro, no sentido da Comunidade apoiar Pitche, com “maior proximidade”; em relação à Comunidade Santa Clara, em Gabu, seguida de perto pela Nova Aliança, foi falado do “aumento do número de participantes, especialmente, aos domingos para a missa”; Eliane da Nova Aliança disse estar seguindo 11 crianças no acompanhamento vocacional; o Jardim Infantil “Santa Bakhita” conta com 59 crianças. A Nova Aliança sublinha que o trabalho feito no Jardim, não visa somente a educação, mas também a evangelização. Visitam as famílias das crianças e isto tem reflexo nestas famílias, mesmo em relação à saúde; maior participação e até os pagamentos das mensalidades melhoram; 

As Irmãs Ângela e Geraldina das Clarissas falaram da presença da Comunidade em Gabu: Centro de Recuperação Nutricional (CRN), Casa das Mães. na catequese. Alem disso, acompanham a Comunidade de Sonaco; disseram que “entraram na escola por uma questão de necessidade” e falaram que 198 crianças estão nos Jardins Infantis de Pitche, Sonaco e Santa Isabel; frisaram que a Pastoral da Criança “praticamente morreu em Gabu”. Irmã Geraldina e Florinda estavam em Ziguinchor (Senegal) para a Profissão das Alfoncina e Eunice.
No sábado (dia 08), Dom Pedro visitou os grupos de catequese na Comunidade Santa Isabel. Viu, com satisfação, um bom grupo de catequizandos (211) e de catequistas (22), entre os quais, 04 jovens da Paróquia São João Batista de Brá, que estão a frequentar o curso de medicina; encorajou a todos a “entrarem, sempre mais, no Mistério de Cristo, numa vida marcada pela oração, escuta da Palavra e de serviço aos irmãos”; no encontro com os catequistas, falou-se da vivência do Plano Pastoral 2019-2020, da necessidade de cartazes para a catequese (o Adelino poderia fazer) e do Volume 4 “que está em falta”.

juventude Gabu

No sábado, à tarde, com Pe. Odilon, Bruno, Camila, Marcelino Vaz, Dom Pedro visitou Pitche para a Santa Missa e encontro com a comunidade. No encontro com a comunidade, referiu-se com alegria, o dom de 02 seminaristas: Mbali e Bubakar; foi enfatizado que os alunos, depois da nona classe vão embora para completar os estudos; pediram que Pitche tenha escola desde o Jardim Infantil até a 12ª classe. Foi evidenciado que, em Pitche há uma boa participação das mulheres, crianças adolescente e jovens; a partir daí, uma pergunta: “o que fazer para que os adultos (homens) venham Igreja? Dão desculpa do muito trabalho, falta de tempo…”.
No domingo, dia 09, Quinto Domingo do Tempo Comum A, às 9,00 horas Dom Pedro presidiu à celebração da Eucaristia na Comunidade de Santa Clara e às 10,00 na Comunidade Santa Isabel. Em todas as missas, meditando o Evangelho, proposto para esse domingo (Mt. 5,13-16), Dom Pedro exortou os cristãos a serem, verdadeiramente “Sal da terra” e “Luz do Mundo”.
Citava sempre as palavras do Papa Bento XVI, na Homilia de abertura da II Assembleia para a Africa, do Sínodo dos Bispos, de 04 de outubro de 2009: “Para se tornar luz do mundo e sal da terra é preciso apostar cada vez mais na ‘medida alta’ da vida cristã, isto é, na santidade. Os Pastores e todos os membros da comunidade eclesial são chamados a ser santos; os fiéis leigos são chamados a difundir o odor da santidade na família, nos lugares de trabalho, na escola e nos âmbitos social e político”.

Irmãs Alfoncina, Florinda e Eunice
Às 12,00 horas, Dom Pedro encontrou-se com grupo de famílias de Gabu. Foi uma conversa muito boa e aminada, onde surgiram várias questões culturais em relação ao matrimónio. O bispo incentivou os casais à vivência “alegre, serena e frutuosa” da vida matrimonial, transmitindo aos filhos e à juventude, “um legado de amor e de fidelidade”.  
À tarde, Dom Pedro encerrou a visita pastoral, com um encontro os adolescentes, Jovens, Escutas, CVAV. No encontro, muito animado, foram dadas as seguintes estatísticas dos grupos: CVAV 200; Escutas 70; Jovens 57; Adolescentes 30.
Em todos os encontros e celebrações, Dom Pedro convidou a comunidade a agradecer a Deus por mais duas novas vocações consagradas nas Clarissas Franciscanas: Alfoncina e Eunice, duas jovens guineenses que, no sábado, dia 08, em Ziguinchor, fizeram a Primeira Profissão dos Conselhos Evangélicos. Igualmente, em todos os encontros e celebrações, o bispo falou da alegria em acolher, na Guiné-Bissau, no mês de abril próximo deste ano 2020, os dois símbolos Jornada Mundial da Juventude: a Cruz do Ano Santo e o Ícone da Virgem Protetora do Povo Romano ( Salus Populi Romani)