Em nome da
Igreja da Guiné-Bissau, Dom Pedro Zilli participou, em Dakar, de 19 a 23 de
fevereiro, da 36ª Sessão Ordinária do Conselho de Administração (CA) da
Fundação João Paulo II para o Sahel, que avaliou as atividades do ano de 2017 e
analisou as perspectivas para 2018. O CA congratulou-se, particularmente, com a
presença dos representantes do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento
Humano Integral.
Na
terça-feira de manhã, dia 20, durante a Sessão a Abertura da reunião, Dom
Benjamin N'DIAYE, Arcebispo de Dakar, expressou a sua grande alegria ao ver os
resultados alcançados através da implementação dos projetos financiados pela
Fundação João Paulo II para o Sahel, em “benefício das populações desta
região”. Os representantes da Conferência Episcopal Italiana (CEI) e da
Conferência Episcopal Alemã (CEA) sublinharam o “empenho da Igreja na luta pelo
bem-estar da população”; o Secretário da Nunciatura Apostólica em Dakar, Mgr.
Mislav Hodžić, em nome de Sua Ex. Rev.ma o Núncio Apostólico Michael BANACH, ausente
por razões familiares, centrou sua a intervenção numa visão pastoral da Igreja
hoje, na perspectiva do Papa Francisco. Ressaltou que, “partilhar o sofrimento
dos homens e mulheres que procuram melhores alternativas para uma vida digna
através da migração, desafia mais do que nunca a consciência e o dever de toda
a humanidade: ‘Onde está seu Irmão Abel?’" (Gen. 4, 9).
A zona da intervenção da Fundação João Paulo II para o Sahel tem sentido os efeitos nefastos da mudança climática, com a acentuação da seca. Conforme escrito no Comunicado Final, “isso não só comprometeu as colheitas, mas também está causando migração de pessoas e animais em busca de melhores condições de sobrevivência. Esta situação de migração cria frequentemente conflitos que podem ser violentos se não forem tomadas medidas adequadas para promover a coesão entre os povos deslocados e autóctones”. Ainda conforme o Comunicado Final, “o que mais marcou o nosso ano de 2017 foi a questão da migração da população jovem, que se tornou um objeto de comércio nas mãos de homens sem fé nem lei, que veem neles mais meios de conseguir recursos financeiros, sem nenhuma consideração pelo seu estatuto e seus direitos. É assim que muitos deles são retidos e vendidos como escravos dos tempos modernos. Submetidos a tratamentos infra-humanos, eles sucumbem à morte durante a sua aventura ou nas águas do Mediterrâneo”. O Conselho de Administração e os parceiros internacionais, confiantes em Deus e na misericórdia, reafirmaram o empenho em estar ainda mais próximos das populações, procurando mais recursos para projetos que promovam a dignidade de mais e mais pessoas.
Dom Pedro e Dom Ildo |
Numa
entrevista à Rádio Vaticano, Dom Pedro Zilli realçou o seguinte: "Neste
dia 22 de fevereiro em que a Fundação completa 35 anos de vida, devo dizer que
o balanço do percurso é, não obstante os limites, positivo, pois tal
Instituição Papal não cessa de cultivar o espírito de solidariedade e de amor
para poder levar avante o desejo de João Paulo II de ir ao encontro dessas
populações sofredoras".
O Conselho
de Administração da Fundação João Paulo II para o Sahel, sob a presidência de
Dom Lucas Kalfa Sanou, Bispo de Banfora, Burkina Faso, é composto por 09 bispos
administradores representando os seguintes 09 países do Sahel: Burkina Faso,
Cabo-Verde, Chade, Gâmbia, Guiné-Bissau, Mali, Mauritânia, Níger e Senegal .
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