Sob
o tema “Restaurar
a dignidade, inspirar a mudança”, Dom Pedro Zilli participou, em nome da
Conferência Episcopal do Senegal, Mauritânia, Cabo Verde e Guiné, em Roma, nos
dias 06 a 08 de março, da reunião da CCIM – Comissão Católica Internacional
para as Migrações. Durante os três dias de trabalho, foram tratados vários
argumentos: o ensinamento e a tradição católica: orientar a resposta da CCIM
diante do rosto humano da migração; História da CCIM; mesa redonda sobre o
estado atual da migração e dos refugiados; decisões a serem tomadas pelo CICM;
apresentação das candidaturas à presidência do CCIM; eleição do Presidente do
CCIM; testemunhos de serviço aos migrantes e refugiados no Bangladesh, em
Uganda, na Nova Zelândia, no Brasil com os venezuelanos, etc...
Sra. Anne Therese Gallagher |
Durante a reunião, que contou com a participação de mais de 130
pessoas, foi eleita a nova presidente da CCIM: Sra. Anne Therese Gallagher. Ela
é uma profissional humanitária acadêmica, nascida na Austrália. É perita em
migração, direitos humanos e em administração da justiça penal. A sua
experiência abarca mais de 25 anos em mais de 40 países da África, Américas,
Europa, Oriente médio e Ásia. Havia uma outra candidata de origem canadense e
um candidato da Nigéria...!
Cardeal Pietro Parolin |
O Secretário de Estado vaticano, Cardeal Pietro Parolin, abriu na manhã da terça-feira (06/03), o encontro da Comissão, organismo que reúne representantes das Conferências episcopais e das agências católicas que se ocupam de migrantes e refugiados e está presente em 50 países no mundo inteiro.
Em seu discurso aos participantes do encontro, o Cardeal Parolin
enalteceu a contribuição do CCIM na preparação dos Global Compacts (Pactos
Globais) por uma migração segura, ordenada e regular e pelos refugiados.
“Esperamos que estes dois documentos possam responder às necessidades de maior
proteção e tutela dos direitos humanos destas pessoas diante das reticências de
vários países”, afirmou. Parolin disse se está a falar “não de números, mas de
pessoas: homens, mulheres e crianças que têm um rosto, que muito sofrem e que
são descartados. Um rosto humano no qual vemos o rosto de Cristo, que queremos
servir especialmente naqueles que são os menores e com mais necessidades”. O
Secretário de Estado ressaltou o apoio da CCIM em manter unidas as famílias, um
aspecto que considera delicado e que requer maior atenção e acompanhamento.
Destacou que “embora muitas nações devam seu desenvolvimento aos migrantes e
apesar de suas experiências terríveis serem divulgadas, a migração é vista
somente como emergência ou perigo, mesmo sendo um elemento comum em nossas
sociedades”. O Cardeal Parolin recordou as palavras do Papa Francisco em defesa
da ‘cultura do encontro’, capaz de construir um mundo mais justo e fraterno e
frisou que trabalhar por uma mudança de atitude neste sentido é um dos
compromissos mais urgentes hoje. E ainda mencionando palavras do Pontífice, o
Cardeal encerrou: "Levemos a todos, através do nosso amor concreto, o
anúncio livre do amor de Deus que acolhe, protege, sabe valorizar e fazer
sentir parte de Sua família".
O Papa Francisco recebeu a CCIM manhã da quinta-feira, dia 8, na
Sala Clementina, no Vaticano. Na Audiência muito linda e emocionante, ele
afirmou entre outros aspectos: “Gostaria de reafirmar aqui a causa desta
organização da qual vocês fazem parte e que representa a causa do próprio
Cristo”. Disse ainda: “Este fato [o constante fluxo migratório no mundo] não
mudou com o passar dos anos, pelo contrário, o compromisso de vocês com essas
pessoas só aumentou em resposta as condições desumanas experimentadas por
milhares de nossos irmãos e irmãs migrantes e refugiados em diversas partes do
mundo”.
Dom Pedro disse que, através de sua participação no encontro,
“pôde compreender, melhor, que a vida de um migrante, de um refugiado não é
nada fácil”. Salientou que é preciso “trabalhar, cada um a seu nível e segundo
suas possibilidades para aliviar o sofrimento destas pessoas que se veem
obrigadas a deixar suas terras, seus países para fugir da fome e outros
sofrimentos”. Sublinhou que preciso “rezar pelos migrantes e refugiados e por e
por todas as pessoas generosas que lutam por eles”.
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