terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

GORÉ – SENEGAL:DOM PEDRO ZILLI E DOM ILDO FORTE VISITAM A CASA DOS ESCRAVOS



No sábado, dia 25 de fevereiro, Dom Pedro Zilli e Dom Ildo Fortes, Bispo de Mindelo – Cabo Verde,  estiveram visitando  Goré, uma pequena ilha de 900 metros de comprimento e 300 de largura, ao largo da cidade de Dakar, Senegal,  conhecida na história do comércio de escravos. É um símbolo do tráfico negreiro. Goré foi, entre os séculos XV e XIX, um dos maiores centros de comércio de escravos do continente, a partir de uma feitoria fundada pelos Portugueses. Esse entreposto foi, ao longo dos séculos, conquistado e administrado por holandeses, Ingleses e Franceses.

Dom Ildo e Dom Pedro 
Declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1978, a ilha de Goré, constitui hoje um importante monumento à diáspora africana, recebendo anualmente mais de 100.000 visitantes e ilustres personalidades, entre elas François Mitterand, o Papa João Paulo II, Luís Inácio Lula da Silva, Bill Clinton, Nelson Mandela, Barack Obama.

Restos da Segunda Guerra Mundial
Na parte mais alta da Ilha de Goré, pode também visitar-se os restos de um bunker da segunda guerra mundial, ao qual se chega passando pelos mais variados “estabelecimentos comerciais” de artistas locais que vendem o seu artesanato. Claramente, a ilha vive hoje essencialmente do turismo.

Casa dos Escravos
Dom Pedro e Dom Ildo, como todos os que passam por Goré, fixaram maior atençao à “Casa dos Escravos”, maior  símbolo  da Ilha de Goré e da sua história: uma casa holandesa conservada da época (construída em 1776), cuja estrutura reflete a maior fonte de riqueza da época. Famílias inteiras eram aqui separadas, sendo cada elemento mandado para lugares tão longínquos e afastados entre si, como os EUA, Brasil ou Cuba.


Estando na “Casa dos Escravos”, como não pensar na visita e nas palavras  do Papa João Paulo II naquele 22 de fevereiro de 1992?  São passados 25 anos da sua peregrinação à ilha de Goré no âmbito da sua visita pastoral ao Senegal. Definindo a ilha “santuário da dor negra”, o Papa falou desses nossos irmãos em termos de vítimas desse “hediondo comercio” e exclamou:

Cartaz recordando os 25 anos da visita do Papa João Paulo II ao Senegal
“Vim para prestar homenagem a todas as vítimas desconhecidas. Não se sabe exatamente quantos eram. Não se sabe exatamente quem eram. Infelizmente, a nossa civilização que se dizia e que se diz cristã, retornou também durante o nosso século, à prática da escravidão. Nós sabemos o que eram os campos de extermínio. Aqui tem um modelo. Nós podemos imergir-nos a tragédia de nossa civilização, da nossa fraqueza e pecado. Devemos permanecer fiel a outro grito, a de São Paulo, que disse: ‘Ubi peccatum abundavit, superabundavit gratia’” (Onde abundou o pecado, superabundou a graça, (Rom. 5:20).
Papa João Paulo II na porta Sem Retorno na Casa dos Escravos
Na visita dos dois bispos à Ilha, uma senhora muçulmana, que procura ganhar a vida vendendo alguns artesanatos, com tanta alegria, disse-lhes, com tanta alegria,  que o seu filho nasceu no dia que o Papa foi à Ilha e que, “em homenagem ao Santo Padre, deu-lhe o nome de ‘Jean Paul’”. Tiveram a felicidade de conhecer o Jean Paul que se mostrou muito feliz por ter este nome.

https://www.youtube.com/watch?v=63a3yBtZnxw – ver vídeo da visita do Santo Padre à “Casa dos Escravos”




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