De 23 a 27 de setembro, estiveram
reunidos em Aparecida, Brasil, no XII Encontro de Bispos dos Países Lusófonos,
procurando, no dizer do regulamento interno, para «fortalecer a comunhão
eclesial e a recíproca complementaridade, promover a cooperação em prol das comunidades
e a fidelidade à identidade católica lusófona e criar espaço para aprofundar o
conhecimento mútuo entre as Igrejas católicas dos países lusófonos»: de Angola,
D. Filomeno Vieira Dias, Arcebispo de Luanda e Presidente da Conferência
Episcopal de Angola e S. Tomé (CEAST), e D. António Jaka, Bispo do Caxito e
Secretário da CEAST; do Brasil, Sérgio da Rocha, Arcebispo de Brasília e
Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), D. Murilo
Sebastião Krieger, Arcebispo de São Salvador da Bahia e Vice-Presidente da
CNBB; D. Leonardo Ulrich Steiner, Bispo Auxiliar de Brasília e Secretário da
CNBB; Cardeal Raymundo Damasceno Assis, Arcebispo de Aparecida, e P. Deusmar
Jesus da Silva, Assessor da CNBB; de Cabo Verde, Cardeal Arlindo Gomes Furtado,
Bispo de Santiago; da Guiné Bissau, D. Pedro Carlos Zilli, Bispo de Bafatá; de
Moçambique, D. Lúcio Andrice Muandula, Bispo de Xai-Xai, em representação da
Conferência Episcopal de Moçambique (CEM); de Portugal, Cardeal Manuel
Clemente, Patriarca de Lisboa e Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa
(CEP), P. Manuel Barbosa, Secretário da CEP, e Dr. Jorge Líbano Monteiro,
Presidente da Fundação Fé e Cooperação (FEC); de S. Tomé e Príncipe, D. Manuel
António dos Santos, Bispo de S. Tomé e Príncipe.
Os participantes manifestaram
“preocupação pela instável situação social, política e económica em quase todos
os países, com consequências na vida dos cidadãos, famílias e instituições”. O
Comunicado Final do evento sublinhou a necessidade de “diálogo com as
instâncias políticas e governamentais”, procurando defender “os valores
essenciais ligados à vida humana e ao bem comum, à democracia e aos direitos
humanos”. Os bispos condenaram “situações de corrupção, de exploração dos mais
pobres, do tráfico de seres humanos”. Apelaram à “cooperação, intercolaboração
e solidariedade” entre as Igrejas dos países lusófonos, tendo em vista a “busca
comum da paz e da tolerância, da segurança e do bem-estar”.
Os trabalhos analisaram dois
textos do Papa Francisco, a começar pela encíclica ‘Laudato Si’, vista como
“uma reflexão inovadora e uma mais-valia para a plena compreensão da ecologia”.
Os participantes realçaram a “urgência” de inserir esta temática na “iniciação
cristã e formação contínua”.
Outro documento pontifício em
debate foi a Exortação Apostólica pós-sinodal ‘Amoris Laetitia’, sobre o
matrimónio e a família. Os bispos assumiram o objetivo de “propor o
Evangelho da família e a pastoral do vínculo” face a outros “modos e conceitos
de família” e como resposta a “uma cultura de descarte e de um mundo em
desagregação”.
Outras prioridades na ação da
Igreja Católica passam por “acolher, preparar e acompanhar as famílias” e, em
casos específicos, “atender mais a problemas como a poligamia e os casamentos
com disparidade de culto” nos países de língua portuguesa.
O Comunicado Final concluiu-se
com uma evocação de “relevantes acontecimentos jubilares” que vão decorrer em
2017: a celebração dos 300 anos de Nossa Senhora Aparecida, no Brasil; o Centenário
das Aparições em Fátima; a comemoração de 150 anos de presença dos Missionários
Espiritanos em Angola e Portugal; a celebração dos 40 anos da Diocese de
Bissau, com a realização do seu primeiro sínodo diocesano.
Ao final de uns dias tão bonitos
sob e Manto de Nossa Senhora, os Bispos fizeram a seguinte prece: “Que Nossa
Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, no seu poder e bondade, interceda por
todos os nossos países e nos ajude a viver na misericórdia de Deus”
O 13.º Encontro de Bispos dos Países
Lusófonos vai decorrer na Praia, Cabo Verde, de 27 a 29 de abril de 2018.
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